Bahia tinha quase metade da população abaixo da linha da pobreza em 2023, aponta IBGE
04/12/2024
Dados divulgados nesta quarta-feira (4) mostram que estado apresentou sua maior redução nos índices de pobreza e extrema pobreza. Apesar disso, a Bahia manteve o segundo maior número absoluto de pessoas pobres do país. Imagem meramente ilustrativa mostra uma panela vazia, simbolizando a fome
Reprodução/RBS TV
Embora o número de pessoas abaixo da linha de pobreza tenha chegado a seu menor patamar desde o início da série histórica, em 2012, a Bahia tinha ainda 46% ou 6,9 milhões de pessoas pobres em 2023. O número foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4).
Por pessoa pobre, o IBGE entende aquela cuja renda domiciliar per capita mensal era menor que R$ 667. Como o Brasil não possui uma linha oficial de pobreza, esse critério monetário foi definido pelo Banco Mundial, considerando o valor de US$ 6,85 por dia em paridade de poder de compra.
Brasil atinge menor nível de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE
A redução no índice da Bahia leva em conta os registros de 2022, quando o estado tinha 7,5 milhões de pessoas nesta situação. No último ano, a pobreza atingiu 6,9 milhões de habitantes — o número é o segundo maior entre os estados, abaixo apenas de São Paulo (7,8 milhões).
Em termos proporcionais, a Bahia passou a ocupar o sétimo lugar, uma posição a mais do que em 2022.
O índice de extrema pobreza também reduziu em 2023, com o total de pessoas extremamente pobres caindo 26%. Ainda assim, a Bahia continuou com o maior número absoluto de pessoas nessa condição: 1,3 milhão ou 8,8% da população. Em termos proporcionais, o estado ficou na sexta posição.
A situação de extrema pobreza retrata pessoas que vivem com rendimento domiciliar per capita mensal menor do que R$ 210. O valor corresponde a US$ 2,15 por dia em paridade de poder de compra, conforme critério do Banco Mundial.
Tabela do IBGE sobre a proporção de pessoas pobres no Brasil, distribuída por estado
IBGE
Panorama da pobreza em Salvador
Em Salvador, 34,4% da população estava abaixo da linha de pobreza monetária em 2023. A queda foi de menos 69 mil pessoas nessa situação, mas, ainda assim, a cidade subiu no ranking. No intervalo de um ano, passou de terceira para segunda capital com maior número absoluto de pobres: 1,006 milhão.
Em termos proporcionais, passou do oitavo para o quinto maior percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza. Rio Branco, no Acre (43,5%), Recife, em Pernambuco (37,2%), Fortaleza, no Ceará (36,2%), e São Luís, no Maranhão (34,6%), ficaram acima de Salvador.
Tabela do IBGE sobre a proporção de pessoas pobres no Brasil, distribuída por capital
IBGE
Por outro lado, a capital baiana teve uma redução mais expressiva no que se refere à extrema pobreza: em 2023, 185 mil pessoas eram extremamente pobres, o que representava 6,3% da população. A redução foi de 42,9% em comparação com o ano anterior.
Com isso, Salvador passou a ter o terceiro maior número absoluto e a quinta maior proporção de pessoas extremamente pobres entre as capitais. Em 2022, a cidade ocupava o segundo lugar em ambos os indicadores.
LEIA MAIS
Quatro em cada 10 lares enfrentam insegurança alimentar na Bahia
Quase metade da população baiana ainda não é atendida por rede de esgoto, aponta IBGE
Foco da pobreza na Bahia
O IBGE aponta ainda que o Vale do Rio São Francisco e o oeste da Bahia são as regiões com os maiores índices de pobreza e extrema pobreza no território baiano. Confira os números:
Vale do Rio São Francisco
Porcentagem da população pobre: 56,8%
Extremamente pobre: 13,8%
Oeste
População pobre: 54,4%
Extremamente pobre: 12,3%
Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.
Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻